MAIS SOBRE O BLOG ...

O Cordada Infinita é um blog com artigos sobre Escalada, Equipamentos e Notícias relacionadas ao Montanhismo. Nasceu de uma idéia simples: Escrever, Comunicar e Divulgar fatos e opiniões sobre o mundo da montanha. É mantido por Levi Rodrigues desde maio de 2007. Se você tem alguma sugestão sobre um artigo, participe enviando sua pergunta ou opinião sobre os assuntos postados.

Alerta!...

O montanhismo é uma atividade de risco moderado quando praticada de acordo com as normas de segurança. Ao utilizar as informações contidas nesse blog, é necessário experiência e cautela na utilização de equipamentos, técnicas, conceitos e informações sobre as atividades. Lembre se: Acidentes não acontecem. São causados aos poucos

Cinco dicas para você que está aprendendo a comer sushi ou começando a escalar

Você deve estar se perguntando qual a relação entre o sushi e a escalada. Nada!! É isso mesmo, nadinha de nada, mas como estamos acostumados a definir regras de "etiquetas" para quase tudo, resolvi montar cinco dicas das coisas que mais gosto. Escalar e depois comer sushi.

Não que eu seja um “expert” em alguma das duas atividades, mas para mim, mandar um 7º, a vista, em rocha, é tão bom e tão difícil quanto fazer um sushi bem redondinho e fresquinho.

clip_image001Reuni cinco dicas escritas pelo Sérgio Neville Holzmann em seu recém lançado livro “Sushi: Sabor Milenar”, que aliada as outras cinco que todo escalador pratica, ensina, incentiva (ou deveria fazê-los) fará com que você tenha um dia de escalada ao estilo oriental.

Com elas, você vai entender o porquê de algumas coisas e, de preferência, vai usá-las da forma correta.

Se não usá-las de imediato, é sempre bom saber o motivo de alguns costumes ou ética, que como define Marilena Chauí: “Ética, é a educação da vontade através da razão", Assim, educando nossa vontade teremos razão em nossos atos e sem ofender o vizinho do nosso lado.

Na escalada esportiva:

  • Evite pisar na corda que está no chão, isso porque pequenos cristais de areia podem entrar na corda e aumentar um processo de ruptura das fibras internas. A corda para montanhista é quase sagrada, é um elo de vida entre o guia e o segurança, por isso o cuidado até excessivo é sinal de respeito.
  • A pessoa que está dando segurança ao guia, não deve ser incomodada, pois sua atenção está totalmente voltada a segurança do escalador. Eu iria até um pouco mais, se tiver que conversar com o cara que está do outro lado da pedra, não grite, vá até lá.
  • Vai levar lanches, refrigerantes, água em garrafas. Traga tudo de volta em saquinho de lixo, até aquele esparadrapo* que você nem imagina como ele chegou até aquele ponto tão inacessível.
  • Não se esqueça que você deve estar em uma propriedade particular ou mesmo em algum lugar de sítios e pequenas fazendas. Respeite a propriedade (cercas, casas, vegetações e animais) e compreenda a curiosidade e a vida simples das pessoas da região.
  • Acima de tudo, veja pelo lado positivo o calor e os insetos, a falta de banheiro e o meio ambiente a sua volta e sim, faça parte dele, sem degradá-lo mais.

No Sushi

  • Em qualquer pausa durante a refeição, deposita-se o hashi em paralelo ao balcão, no suporte apropriado (oki), jamais apontando para o itamae-san: é agressivo! Se não houver oki, pode-se usar o próprio invólucro de papel, dobrado. Há quem faça as dobraduras tão bem que os invólucros improvisados como suporte resultam em belos origamis.
  • Nunca 'afie' os pauzinhos, um contra o outro: fazer isso significa insinuar ao itamae-san que os hashi da casa são de qualidade inferior.
  • Ter o próprio hashi, todo decorado e dentro de uma caixinha, guardado no sushi-ya predileto é um estranho costume brasileiro, provavelmente introduzido para fidelizar clientes, mas sem qualquer vínculo com a tradição japonesa. Além disso, que eu saiba, ninguém guarda seu próprio garfo e sua faca na churrascaria preferida...
  • Nunca use o próprio hashi para servir os outros. Se houver prato, estenda-o para a outra pessoa; se não houver, use as pontas superiores do hashi para colocar a peça no balcão. Jamais a passe diretamente para o hashi do companheiro.
  • Gesticular com o hashi nas mãos é deselegante _tanto quanto fazer isso com o garfo e a faca.

Dito isso, agora e só marcar com os amigos um dia de escalada e depois um bom sushi ou sashimi na casa de algum deles, para relembrar das peripécias do dia.

* Escaladores, costumam machucar as mãos escalando, por isso sempre estão com esparadrapos nos dedos, mas de vez em quando eles caem no chão.

Ser ou não Ser um Montanhista. Eis a Questão.

Recordo-me claramente da minha primeira via clássica. Uma escalada de 7 enfiadas na pedra do Baú em SP. Escalada que me proporcionou um sentimento de satisfação diferente de tudo, desde o entardecer que se aproximava, o trabalho em equipe para tirar os equipamentos da parede, ao vento gelado no cume, que insistia em bater em meu rosto, até prometi a mim mesmo que essa seria minha vida dali para frente.

E mudei mesmo, desse dia em diante, só tinha olhares para a montanha, meu ouvido filtrava todo assunto que se relacionava a isso e toda outra atividade esportiva, mesmo as ligadas a natureza não eram tão boas o suficiente para me motivar, cada uma tinha seu defeito. Ou eram comerciais demais, radicais ao extremo, caras, na verdade defeitos não faltavam.

Os anos se passaram e lá estava eu no auge dos meus vinte anos até que um amigo meu, instrutor de mergulho, me convidou para fazer um curso de mergulho que ele ministrava.

Eu logo de cara, disse:

- Nem vem, não tenho dinheiro e mesmo se tivesse, não gastaria tomando cerveja com aquele bando de mergulhadores barrigudos.

Mas o cara insistiu tanto, que acabei topando fazer o curso. Na primeira aula o instrutor foi me informando sobre o conteúdo do curso, como funcionava a estrutura da base, as homologações, foi explicando até que fiquei assustado.

O que era aquele negócio barotrauma? Como é que eu iria respirar debaixo d'água? É sério que eu teria que tirar a água da máscara debaixo d'água? Nitrox, pressão barométrica, eu nem imaginava que era tão complexo mergulhar.

E ainda por cima descobri que não podia comprar meu equipamento e mergulhar, eu teria que ser homologado por uma empresa credenciadora, como a PADI E PDIC.

Ahh, isso para mim era um absurdo...

Enfim, acabei descobrindo um monte de coisas legais, descobri que o mergulho era extremamente mais organizado que o montanhismo, pois definia regras claras do comportamento de cada mergulhador no mar, descobri que era mais respeitado pelos órgãos governamentais, mas minhas surpresas nem tinham começado.

Feito o curso, agora tinha que fazer o chekout (batismo) e meu amigo disse que iríamos fazer diferente.

No dia combinado fui com ele para Paraty, fomos num veleiro para dormir embarcado e no dia seguinte fazer o teste prático.

Como nunca tinha entrado em um veleiro, tive que aprender as regras básicas como o uso responsável da água, o trabalho em equipe com as cordas, a adaptação na hora de dormir em suas pequenas acomodações (porém, maiores que minha barraca), bem como pude ver a terra de um ângulo diferente, do mar para o continente e outros visuais que nunca tinha visto por esse prisma.

No dia seguinte, os ajudei a fazer uns testes, marcando o tempo de nado numa certa distância e outros exercícios que depois vim a descobrir que era TAFFO, um teste que cada instrutor tem que fazer a cada ano, para verificar suas aptidões físicas.

No fim, aprendi muito, mergulhei e vi que minha idéia sobre as atividades ao ar livre estavam erradas. Um velejador e um mergulhador olham para o mar, como um montanhista olha para as montanhas e imagino que um mountain biker deve sentir emoções parecidas, assim como o que pula de asa delta e outras atividades ligadas ao meio ambiente.

Hoje tenho planos de outros tipos de aventura, talvez uma pernada de bike até a patagonia, uma canoada em volta da ilha bela ou mesmo uma boa volta no mundo de veleiro, mas isso é só um sonho mesmo....

O cicloturismo vai ser a primeira delas. As bikes que me aguardem...

Cotidiano | Três bons e Maus motivos para viver em São Paulo

Há pelo menos três bons motivos para viver em São Paulo, como também três maus motivos para estar nessa que é a principal cidade da América Latina.

É claro que poderíamos fazer várias listas temáticas que também teriam seus lados bons e lados ruins e alguns dos motivos não são exclusividades apenas de São Paulo, mas isso depende muito da interpretação de cada um.

Será que você concorda com meus motivos?

Três Bons Motivos

1º – Cultura – Como sempre, um dos melhores motivos é a diversidade cultural, gastronômica e de entretenimento que São Paulo oferece, são inúmeras as livrarias como a Livraria cultura da Paulista (minha predileta) que tem em seu catálogo livros de montanhismo, mapas e guias em inglês ou em português. Próximo também há inúmeros restaurantes e bares dos mais diversos estilos.

No quesito entretenimento, a cidade tem de tudo, cinemas, shows, teatros e exposições são freqüentes e para todos os bolsos.

2º – Compras – Parece coisa de consumista exagerado, mas deixando os preconceitos de lado, São Paulo é uma cidade onde se encontra de tudo. Empresas encontram todo tipo de matéria prima, ruas temáticas como a 25 de março e o bairro do Canindé são referências nacionais em consumo popular, o que permitem que você, mero cidadão possa optar por comprar um produto em uma loja de shopping ou comprar o mesmo produto por um preço bem menor numa rua popular.

Sem se esquecer das principais lojas de montanhismo que apesar do preço, dispõe de uma grande variedade de equipamentos.

3 – Cursos e Educação – Esse ponto é muito importante. Cursos dos mais variados temas são encontrados em qualquer lugar, sejam profissionalizantes, MBA, graduações, cursos esportivos como os ministrados nas academias de escalada, cursos e degustações voltados ao pessoal gourmet, enfim, tudo o que quiser aprender, encontrará em SP.

Três Maus Motivos

1 – Vida Urbana – Esse é motivo de tantos acidentes, violência, discrepância social, corrupção e as demais conseqüências do capitalismo paulista. São Paulo é extremamente conturbada, há muitos, mas muitos carros mesmo, faltam transportes coletivos de qualidade, conforto e segurança, não há ciclovias, perde-se muito tempo no trânsito, há muitos acidentes por conta do stress gerado por este trânsito urbano.

E principalmente, não há áreas verdes acessíveis a todos.

2 – Meio ambiente – Dizem que mais áreas verdes resolveriam boa parte dos problemas de São Paulo, mas não é verdade. O problema não está no meio ambiente e sim nas pessoas.

São poucas aquelas que tiveram acesso há noções básicas de educação ambiental, por isso, muito lixo é jogado nas ruas, há uma poluição física e sonora exagerada, faltam regras mínimas de convívio social voltada para ambientes urbanos e o mais importante: Os pontos de escalada ou mesmo a Serra da Mantiqueira está a muito mais de 100km de distância.

1 – Educação – Apesar de ser a cidade que mais oferece opções de estudo, são poucas as pessoas quem tem condições de acesso, criando uma total desordem profissional e educacional.

Não há incentivo para pesquisa, professores ganham super mal e ainda são obrigados a conviver com a violência e falta de interesse e desrespeito por parte dos alunos. O ensino é cada vez mais fraco, criando uma geração inteira de analfabetos funcionais (sabem ler, mas não sabem interpretar), não há condições criativas de ensino, utilizando conceitos ultrapassados e de cunho político de esquerda.

Enfim, a educação em São Paulo e no grande ABC é um motivo digno de repugnância, motivos para se lamentar do descaso em que se encontra a educação que já foi a melhor do país.

De quantos cumes precisa um Montanhista?

Leon Tolstói, um dos grandes escritores russo, descreveu a ganância por terras em um texto com título “De quanta terra precisa um homem?”, um conto de 1886.

No conto, um camponês que foi ficando rico e ganancioso chamado Pakomé, fica sabendo de uma terra muito mais fértil do que a sua, as terras dos Bashkirs, à frente do Rio Volga, com uma “gente simples” e “facilmente conquistável”, essa era a informação que foi passada a Pakomé.

De posse dessas informações, parte para sua jornada até a terra referida. Quando finalmente chega aos domínios dos Bashkirs, é informado que por mil rublos ele pode ter tanta terra quanto nela puder andar durante um dia inteiro, desde que retorne ao ponto de partida antes do sol se por.

Pakomé, fica exultante e assim que acertado os dados do contrato se põe a andar para pegar a terra que “precisava”, avista uma paisagem mais bonita do que a outra, um lago ali ou terra fértil acolá, colinas, pastos e assim vai andando o mais rápido possível, até deixa de carregar sua mochila que continha pães e água, afinal quem se preocuparia com fome num dia como aquele.

Depois de certo tempo percebe que o sol começa a se pôr. Diante do risco de perder tudo, começa a correr cada vez mais depressa para fazer a tempo o percurso de volta. “Peguei demais”, diz a si mesmo, “e arruinei tudo”. Ele corre o mais rápido possível, mas o sol parece correr mais do que ele.

O tamanho do esforço acabo por mata-lo . Ele morre a dois metros do ponto de partida e ali mesmo é enterrado.

Tolstói conclui: “Seis palmos da cabeça aos joelhos era tudo o que ele precisava”.

Essa idéia de ganância, anda me perseguindo desde a série “Everest, O preço da Escalada” e ainda me pergunto qual será o real sentido para aqueles caras estarem escalando a montanha.

Será que é pelo visual? Pelos amigos? Pelo desafio físico? Ou pelo simples prazer de estar na montanha?

Não sei, mas não me parece que seja por nenhum deles, e sim pela glória ao próprio homem, pois acreditam que ao voltar, serão considerados como semideuses, super-homens capazes de galgar as maiores dificuldades impostas ao seres humanos, enfim, heróis humanos ainda vivos.

Afinal, eles estiveram no ponto mais alto da terra, e olhando por outro prisma, o local mais próximo do céu e de Deus.

É bem verdade, que o montanhismo nos proporciona uma sensação de sermos os únicos, de sermos privilegiados por estarmos ali pelos nossos próprios esforços, mas isso tem que ter limites, senão a mídia nos transforma em super-homens, que não somos, e aos poucos somos levados pelas glórias dessa "conquista".

Por isso, a frase “maldito o homem que confia no homem” (no sentido de confiar muito nele mesmo) é cada vez mais real em nossos dias.

Reebok | Extra Grip Package

Agora mais essa! Espero que essa idéia fique apenas na cabeça de seus criadores.

Um designer sugeriu a Reebok, essa caixa para divulgar um futuro tênis de caminhada, enfatizando a aderência de seu solado ao consumidor tipo outdoor.



Vai montar um muro para seu filho?

Seu filho quer um muro de escalada em casa? Você quer incentivar seu filho a começar a escalar? Então olhe só até onde vai a criatividade nos moldes de agarras!


Fonte: Cheapholds

Everest - O Preço da Escalada e as Raças


A série veiculada pela Discovery, Everest, o Preço da Escalada exibiu ontem o sexto e último episódio, narrando uma escalada comercial ao Everest.

Um feito realizado pelos sherpas que pelo que sabemos não é tão raro, foi carregar nas costas o alpinista Neozelandes, Mark Inglis (55 quilos, primeiro homem duplo amputado a fazer o cume), até o acampamento para salva-lhe a vida.

Esse fato de extrema força e adaptação a altitude, traz a tona uma outra discussão levada a cabo pela Lucia Malla em seu blog, sobre a definição de raças (se é que elas existem no sentido pelo qual a conhecemos) e sua readaptação aos ambientes mais diversos do planeta.

Reproduzo abaixo parte de seu post que comenta a questão de raças sobre o prisma biológico dos Sherpas.

Rola a fita: o tempo passa mais e chegamos à temporada 2007 no Everest, quando um grupo de médicos de Londres decidiu fazer um experimento científico para estudar a hipóxia e a resposta cardiovascular em condições extremas, ao longo do Everest.

Levaram bicicletas ergométricas, tiraram amostras de sangue e outras peripécias em diferentes elevações da montanha, incluindo uma área acima de 8,000m, na chamada "Zona da Morte" (as medições foram feitas no Balcony, a 8,400m de altura, e não no cume, mas alguns membros da equipe
chegaram ao cume como recompensa). Nesse experimento fisiológico, embora não desenhado para estudar especificamente a adaptação natural à altitude e sim as patologias que se caracterizam por hipóxia, algumas informações podem trazer luz sobre uma população muito conhecida quando o assunto é adaptação à altitude: os sherpas.

Sabemos que há uma
adaptação fisiológica à altitude, em geral de curto prazo quando saímos do nível do mar e vamos para zonas mais altas. Entretanto, os povos que vivem em altitudes terminam por adaptar-se fenotipicamente de diversas formas à falta de oxigênio característica dessas áreas altas do planeta, como os andinos na América do Sul, os sherpas no Nepal e os tibetanos, e os etíopes na África. Todos esses povos possuem diferentes concentrações de hemoglobina, por exemplo, para aumentar a eficiência do carregamento de oxigênio no organismo se comparados com as populações que vivem ao nível do mar.

Os sherpas, em particular, possuem também
um aumento significativo da capacidade respiratória e menores danos neurológicos que os habitantes do nível do mar quando expostos às zonas altas, o que os torna um povo ideal para a vida na montanha. Muito se pode aprender estudando o povo sherpa e suas adaptações à hipóxia das montanhas. Principalmente sobre estresse oxidativo, o mecanismo por trás de processos biológicos tão importantes como as defesas imunes e de patologias como diabetes e mal de Alzheimer, entre outras.

Os sherpas são considerados hoje um grupo étnico do Nepal, dos extremamente adaptados à altitude e com fenótipo de melhor eficiência neuro-cardio-respiratória sob hipóxia - e são super-atletas quando expostos às condições normais de oxigênio. Seria essa característica suficiente para determiná-los como uma nova raça e não apenas como um grupo étnico? Acho que essa distinção, diferente de ser discriminatória, deveria ser encarada como um fato positivo, pois é exatamente a existência de um maior
pool de diversidade biológica humana, em geografias distintas, o fator que permite a evolução natural humana.

Entretanto, uma característica quando existente em apenas um grupo, embora valiosa para um determinado ambiente, não fornece amplitude adaptativa suficiente. De repente, os sherpas são mais suscetíveis a uma doença que a gente não é - ou vice-versa. E é nesse ponto que o trabalho publicado pelo Sérgio Pena - e muito claramente comentado pela Maria
aqui - se torna super-interessante: fala em apenas 3 raças gerais formadoras da espécie humana, analisando-se pelas características do DNA mitocondrial de diferentes grupos. Pena recentemente mapeou de forma muito elegante o povo brasileiro, concluindo que não faz sentido algum falarmos em raças no país, que é geneticamente uma mistureba só.

Ponto para nós na miscigenação e na assimilação dessa em nossos genes, que terminam nos dando maior amplitude adaptativa. Mas estaremos nós preparados para viver nas montanhas como os sherpas? Eu aposto que não.


Há claramente uma diferença pelo menos a nível populacional - mais extensamente, eu gostaria de chamar essa diferença de
racial, mas sem contexto algum sócio-histórico, e sim puramente biológico.

Leia aqui, o post inteiro.

Recentemente voltou a se discutir a classificação de raças no Brasil, principalmente por causa da questão de cotas raciais em universidades, empresas e concursos.

As definição por biotipos se mostram mais coerentes em vez de definições baseadas em culturas, cores, regiões geográficas ou outras terminações, demonstrando que há uma evolução ou adaptação do ser humano as mais diferentes dificuldades enfrentadas depois de sua criação.

E aí, já descobriu de raça você é
?

Mais sobre o trabalho dos Sherpas, aqui.

Os 10 melhores blogs que me fazem pensar

Inspirado no projeto Thinking Blogger Awards, que premia os blogs mais lidos, através de informações obtidas em sistemas de buscas como o technorati e indicações de outros leitores, resolvi fazer minha própria lista dos meus melhores blogs, Montanhismo, Opinião e TI (Tecnologia da Informação)


É bem verdade que tudo o que leio de alguma forma me faz pensar, analisar, criticar, rir, mas tem alguns textos que me fazem pensar mais, seja através do conteúdo ou da forma como o autor escreve, até mesmo pelas outras fontes citadas, como links, vídeos, fotos e podcats. Teriam muitos outros a indicar, mas para não fugir do espírito do projeto, optei por escolher os 10 blogs que leio mais assiduamente, então.....Senhoras e Senhores.

Os melhores blogs, são:

Montanhismo

- Notas Perdidas de um Montanheiro

O Fernando Vilarinho, escreve de Portugal, desde janeiro de 2005, é o Blog mais antigo de montanhismo que conheço e também é o o mais abrangente em notícias vindas da Europa.

- Wilo Montanhismo

Acabei de conhecer através de uma entrevista que Silvério Nery concedeu ao Uriá. O blog tem um belo visual e com muitas informações sobre escalada.

- A Montanha

Vinicius escreve de Curitiba. Seu blog é um diário de suas andanças pelas serras Paranaenses com muito bom humor e uma redação prá lá de agradável.

Opinião

- Blog do Sérgio Dávila

Sérgio Dávila é correspondente da Folha de S.Paulo em Washington e escreve diariamente sobre os bastidores da política mundial e outros assuntos que não são tratados diretamente no Brasil.

- Pavablog

Pavarini é escritor e consultor na área de educação religiosa e Marketing, escreve de São Paulo assuntos e textos muito interessantes, mas o que mais se destaca são as piadas garimpadas na internet e sua seção “Orkutosco”.

- Uma Malla pelo Mundo

Lucia Malla é uma mulher que viaja muito e tem muitos contatos na área de ciências, seu blog é recheado de assuntos voltados a pesquisa, cidades e mergulho.

TI

- Tech Bits e Meio Bit

Alexandre Fugita é o cabeça de um dos melhores blogs sobre tecnologia do Brasil, sua participação em fóruns e eventos sobre a área TI faz com que diariamente pots sobre os mais variados temas .

- Garota sem Fio

A Dra. Beatriz Kunze, mantém uma lista de discução e um blog voltado a mobilidade, tratando especialmente de Smartphones, Wifi, Bluetoofh.

- Digital Drops

Quer saber qual foi o último acessório, periférico e produtos lançado para o seu PC? Esse é o blog certo.

- Tnow

O Tnow é uma revista eletrônica sobre tecnologia criada por jornalistas atuantes na área de TI, com muitos releases, lançamentos de gadgets e outras informações sobre o mercado mundial de tecnologia.

Como disse, muitos outros blogs ficaram de fora, mas me informo e me divirto muito com esses 10 blogs, espero que sejam úteis para vocês também.

A arte de Planejar

Semana passada foi lançado o IPhone (Celular+Ipod+PocketPc) da Apple, um celular que promete revolucionar o mercado mundial de telefonia. Foram vendidas mais de 700 mil unidades nestes primeiros três dias, com um lucro de aproximadamente $420 milhões (quase nove vezes o faturamento de 2006 da Fundação Mozilla, aquela do FireFox). Uma fila de 5 mil pessoas já estava formada na véspera do lançamento (dia 29, às 18hs) na loja 24 horas do Apple em Nova Iorque.

O interessante disso tudo, é que não havia a mínima dúvida sobre o sucesso comercial do IPhone desde janeiro, quando foi anunciado oficialmente na MacWorld 2007.

Numa rápida pesquisa no Google, constatei que existem mais de 168 milhões de referências ao IPhone (isso mesmo,168 MILHÕES!!!) e uma gama imensa de produtos e acessórios para um celular que nem fez sete dias de vida.

Por trás disso tudo, está a mente criativa de Steve Jobs, o fundador da Apple Inc., que revolucionou o meio tecnológico com sua visão de produtos inovadores e designs futuristas.

Criador do computador pessoal Macintosh, lançado em 1984, que mudou definitivamente o conceito do PC doméstico, com a introdução do conceito de navegação por ícones e a introdução do mouse. Também foi dele a idéia do IPod, numa época em que ainda se discutia o fenômeno da música digital.

Mas o grande lance, está no planejamento de seus projetos. Imagino que no caso do IPhone, ele deve ter feito como um montanhista ao planejar uma nova caminhada. Sentou em sua mesa, abriu uma carta topográfica, visualizou o terreno, as cotas, os desníveis, a localização, o equipamento necessário, a data da caminhada e principalmente, quem poderia ir junto.

Só que no caso dele, visualizou um produto inovador, verificou quais as plantas industriais prontas para produzir um produto como esse, as dificuldades de desenvolvimento, os fornecedores que comprariam a idéia e principalmente que consumidor iria atingir.

Apesar de alguns pontos fracos, como a edição de textos, SMS, foto, etc.. a tecnologia inserida no IPhone obrigou quase todas as grandes empresas do setor a produzir modelos com tela Multi-touch (telas sensíveis ao toque) que facilita o acesso aos menus e sub menus.

Pra nós que trabalhamos na área de negócios, esse é um case de sucesso, baseado em uma empresa onde os funcionários são mais do que motivados. Exemplo disso é, a distribuição no mês que vem de um Iphone de 8 Gigas para cada funcionário.

Particularmente, concordo muito com a visão de trabalho da Google, da Apple e de outras empresas da área de TI, pelo dinamismo, o incentivo a criatividade e a pesquisa, a competição saudável e busca por um ambiente de trabalho que proporciona prazer e fidelidade aos ideais da empresa.

Ah, estava me esquecendo. Já estão vendendo o IPhone no Brasil (no mercado Livre, é claro), porém sem nenhuma garantia de que ele vá funcionar como celular, pois faltam parcerias com operadoras (a Tim, ViVo e Oi, já estão interessadas em trazê-lo), e tão pouco se sabe quando terá um desbloqueador.

Por mais incrível que possa parecer, ele está a venda por apenas R$ 3.200,00! E você, já comprou o seu?

Revista Desnivel/Outdoor, On Line


Estava procurando mais informações sobre livros e publicações Européias e acabei achando uma revista On Line, gratuita, da Ed. Desnivel (Espanha).
O interessante além do conteúdo é o software usado para a leitura das revistas, o
Zinio. O site do programa, disponibiliza revistas nos mais diversos temas, algumas gratuitas e outras com assinaturas mais baratas do que na versão impressa, com sistema super prático de leitura, bem melhor do que Adobe Reader.

Eu conhecia um sistema usado pela Editora Abril, para distribuir suas revistas a assinantes que residem fora do Brasil, mas acredito que esse é bem mais prático.

Visualize a revista Desnivel/Outdoor, aqui.

Devaneios de uma fria manhã


Essa manhã estava olhando a previsão do tempo para algumas regiões que gosto de ir. Em Monte Verde estava 3,4º às 9:00h da manhã, Itatiaia tinha mínima de 11º e para Teresópolis a máxima era de 25º.

A previsão para SP é de temperatura mínima de 8º, o que torna essa a pior época do ano para se morar aqui. Levanto por volta das 6:15 da manhã e praticamente vejo o nascer do sol todos os dias da minha janela (abençoado, poderiam me dizer), mas na verdade, é uma tortura!

A cada vez que a temperatura passa para abaixo dos 10º, minha mente se foca em apenas uma coisa. Onde poderia estar a essa hora? Se fosse de manhã, me imagino acordando na crista do Sino (PARNASO) e sabendo que a previsão era de 9º mínimos para Teresópolis, já posso imaginar que lá em cima deva estar próximo ao zero e com uma sensação térmica de aproximadamente -15º.

A tarde já me imagino andando pelas encostas do Aparados da Serra (RS), com sua temperatura girando em torno dos -2º e sensação de -20º e a noite bivacando em qualquer uma das montanhas da Serra da Mantiqueira, tomando meu chimarrão bem quente e me preparando para uma noite muito fria.

Chego até imaginar, como seria bom, passar na Anhanguera ou pela bandeirantes , olhar para o Pico do Jaraguá e ver em volta do seu cume uma leve borda branca, de neve, resultante da noite fria que São Paulo poderia ter...


Direita, Esquerda ou Leste, Oeste


Eu confesso! Aprendi a me orientar na marra!!! E ainda morro de inveja quando alguém responde alguma pergunta, com uma resposta do tipo - Ah, já sei. É aquele riacho a (NE) nordeste do acampamento, não é?

Quando ouço uma resposta dessas, tenho que me concentrar para lembrar onde fica o Norte, depois descer um pouquinho até chegar no nordeste e aí assim visualizar o tal ponto mencionado.

Me surpreendo mais ainda, quando vejo um americano informando qualquer direção por pontos geográficos e não por direita, esquerda, frente ou trás.

Imagine a cena, você chega a uma pessoa e pergunta:

– Como faço para chegar na rua tal e ele simplesmente te responde:

– É simples, siga pelo Norte e quando cruzar a terceira rua vire e NW (noroeste) e depois vire a L (leste).

Se fosse comigo teria que anotar num papel, olhar para cima, achar o sol, achar o Norte, virar o papel para o norte e agora sim, me orientar conforme suas descrições.
(Se você leitor, tiver algum exemplo real de situações como essa, não deixe de comentar)

Você pode até dizer, - ahh, mas é muito mais simples se orientar por direita e esquerda. Pode até ser verdade (por uma questão cultural), porém é muito menos preciso, isso é fato.

Depois que comecei a usar orientações em montanha, passei a ficar muito curioso sobre o assunto e apesar de não dominá-lo completamente, tento usar sempre que possível as devidas orientações geográficas e acabei descobrindo algumas coisas interessantes. Por exemplo:

Você sabia que as estradas possuem aquelas nomenclaturas como BR116 ou SP310, porque estão baseadas em marcos geográficos?

Isso mesmo, o número se refere ao grau (dentro da escala de 360º) ou direção que a estrada segue à partir de um marco. No caso das estradas com BR é a partir de Brasília, no caso de SP e á partir da praça da Sé em São Paulo.

E olha como isso facilita a orientação, a SP330 (Anhanguera) está a NW da praça da Sé ou no ângulo 330º na escala de 360º.

Outro dia, me perguntaram porque São Caetano do Sul se chamava “do Sul” se estava praticamente na zona leste de SP.

Essa era fácil. Porque, ele está ao Sul de Brasília e não ao Sul de SP, já que é um município.

Outras cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, organizam os bairros por zonas, como zona Sul e zona Norte, facilitando a vida dos motoristas. Em SP as pontes da marginal, como as placas das ruas são pintadas em cores que representam suas direções à partir do centro da cidade.

Pra finalizar, uma curiosidade, vocês sabem qual a direção geral da Serra da Mantiquera?