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O Cordada Infinita é um blog com artigos sobre Escalada, Equipamentos e Notícias relacionadas ao Montanhismo. Nasceu de uma idéia simples: Escrever, Comunicar e Divulgar fatos e opiniões sobre o mundo da montanha. É mantido por Levi Rodrigues desde maio de 2007. Se você tem alguma sugestão sobre um artigo, participe enviando sua pergunta ou opinião sobre os assuntos postados.

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O montanhismo é uma atividade de risco moderado quando praticada de acordo com as normas de segurança. Ao utilizar as informações contidas nesse blog, é necessário experiência e cautela na utilização de equipamentos, técnicas, conceitos e informações sobre as atividades. Lembre se: Acidentes não acontecem. São causados aos poucos

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Quer ver o Campo Base do Aconcágua?

Se você está curioso para saber quantas barracas estão no campo base do Aconcágua ou como está o tempo lá.

Acesse o AconcaguaNow.com, lá tem um webcam  atualizada a cada 3 minutos do acampamento.

Camera Aconcagua

Fonte: Diários de Escalada

Tocha Olímpica chega ao cume do Everest

Finalmente a “Tocha da Discórdia” chegou ao cume da montanha mais alta do mundo – O Everest., numa ação conturbada do governo chinês cheia de criticas e protestos. image

Com gritos de "Viva o Tibete!" e "Viva Pequim!", alpinistas vestindo roupas vermelhas, gritaram ontem por volta das 9 horas da manhã para câmeras de TV chinesas, confirmando a chegada da tocha ao cume da montanha mais alta do mundo, pelas mãos de uma mulher Tibetana.

Foram hasteadas a  bandeira nacional, a bandeira olímpica e uma bandeira que ostenta o logotipo Olímpico, conforme noticiou a agência Reuters.

Parece que seguiram a sugestão da UIAA de não hastear a bandeira da entidade, parece que pelo menos por hora, a situação ira se acalmar.image

Curiosamente um projeto chamado “THE SAD SMOKY MOUNTAINS” (Tristes Montanhas Acessas, acho que é essa a tradução correta....), idealizado pelo alpinista italiano Alberto Peruffo, propõe que no próximo domingo, dia 10 de maio, ao meio dia (hora local) sejam acessas em 114 montanhas tochas para protestar contra a chama acessa no Everest, com o intuito de mostrar para o mundo que a única intenção da China com esse ato é mostrar para o mundo que o Tibet, está sob o domínio chinês.

Conheça mais sobre o projeto THE SAD SMOKY MOUNTAINS

Leia mais:

Fontes: Barrabés e Reuters

David Breashears e a"Tempestade No Everest"

image David Breashears é um daqueles nomes que fazem história no montanhismo mundial. Foi o primeiro a filmar ao vivo o cume do Everest em 1993, em 1995 foi o primeiro norte americano a chegar ao cume do Everest por duas vezes, também escreveu o belíssimo livro,  Alto Risco (High Exposure), além de ter escalado montanhas pelas mais remotas partes do mundo.

Mas Breashears é mais conhecido pelo seu amor à sétima arte  do que pelos seus feitos montanhísticos.

Seu amor pela sétima arte  – O Cinema,  o levou a participar de filmes como “Sete Anos no Tibet” e “Risco Total”, em 1996 co-dirigiu, fotografou, co-produziu o filme EVEREST IMAX, recebendo quatro prêmios Emmy por seus filmes e documentários.

Depois de filmar pela primeira vez o cume do Everest em IMAX, agora Breashears lança um filme baseado na experiência que teve com a trágica temporada no Everest de 1996.

STORM OVER EVEREST estréia em 13 de maio nos EUA e faz uma retrospectiva sobre os acontecimentos daquele ano, mas com uma visão muito especial, pois Breashears está lá e ajudou nas tentativas resgate.

No preview abaixo já podemos notar a qualidade filme e que com certeza vai proporcionar uma visão sobre essa história, que não vimos antes.

 

Espero que chegue logo em terras tupiniquins!

Porque a cascata de gelo Khumbu é tão perigosa?

A cascata de gelo Khumbu fica logo após o acampamento base do Everest, é considerado um dos pontos mais perigosos da escalada (Face Sul) se não for o principal.

Vendo esse vídeo, entendo o porquê?

A seqüência de escadas já é de assustar só pela inclinação, aliado a dificuldade de andar com o "crampon" e a seqüência de cordas.

Mas as imagens são belíssimas, uma pena que não sei quem são os escaladores, nem de que temporada é o vídeo.

AS 10 montanhas mais perigosas do mundo

Matterhorn

A MensVogue (revista americana de moda) publicou uma matéria interessante sobre as "10 Montanhas mais Perigosas do Mundo".

São elas:

  1. ANNAPURNA, Centro Nepal.
  2. NANGA PARBAT, Caxemira.
  3. SIULA GRANDE, Andes Peruanos (do filme Tocando o Vazio).
  4. K2, fronteira do Paquistão com a China
  5. KANGCHENJUNGA, fronteira entre a Índia e o Nepal.
  6. MATTERHORN, fronteira entre a Suíça e a Itália. (minha montanha predileta).
  7. EVEREST, fronteira entre o Nepal e a China.
  8. MONTE WASHINGTON, New Hampshire, EUA.
  9. DENALI, Alaska
  10. MONTE Fuji, Japão

O Everest já sabíamos que de longe não era a mais perigosa, mas é interessante ver o Monte Fuji em 10º e não ver o Mont Blanc.

Enfim, essas são as montanhas!!!

Leia matéria completa cedida ao The Gear Junkie.

Fonte: The Gear Junkie

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Everest - O Preço da Escalada e as Raças


A série veiculada pela Discovery, Everest, o Preço da Escalada exibiu ontem o sexto e último episódio, narrando uma escalada comercial ao Everest.

Um feito realizado pelos sherpas que pelo que sabemos não é tão raro, foi carregar nas costas o alpinista Neozelandes, Mark Inglis (55 quilos, primeiro homem duplo amputado a fazer o cume), até o acampamento para salva-lhe a vida.

Esse fato de extrema força e adaptação a altitude, traz a tona uma outra discussão levada a cabo pela Lucia Malla em seu blog, sobre a definição de raças (se é que elas existem no sentido pelo qual a conhecemos) e sua readaptação aos ambientes mais diversos do planeta.

Reproduzo abaixo parte de seu post que comenta a questão de raças sobre o prisma biológico dos Sherpas.

Rola a fita: o tempo passa mais e chegamos à temporada 2007 no Everest, quando um grupo de médicos de Londres decidiu fazer um experimento científico para estudar a hipóxia e a resposta cardiovascular em condições extremas, ao longo do Everest.

Levaram bicicletas ergométricas, tiraram amostras de sangue e outras peripécias em diferentes elevações da montanha, incluindo uma área acima de 8,000m, na chamada "Zona da Morte" (as medições foram feitas no Balcony, a 8,400m de altura, e não no cume, mas alguns membros da equipe
chegaram ao cume como recompensa). Nesse experimento fisiológico, embora não desenhado para estudar especificamente a adaptação natural à altitude e sim as patologias que se caracterizam por hipóxia, algumas informações podem trazer luz sobre uma população muito conhecida quando o assunto é adaptação à altitude: os sherpas.

Sabemos que há uma
adaptação fisiológica à altitude, em geral de curto prazo quando saímos do nível do mar e vamos para zonas mais altas. Entretanto, os povos que vivem em altitudes terminam por adaptar-se fenotipicamente de diversas formas à falta de oxigênio característica dessas áreas altas do planeta, como os andinos na América do Sul, os sherpas no Nepal e os tibetanos, e os etíopes na África. Todos esses povos possuem diferentes concentrações de hemoglobina, por exemplo, para aumentar a eficiência do carregamento de oxigênio no organismo se comparados com as populações que vivem ao nível do mar.

Os sherpas, em particular, possuem também
um aumento significativo da capacidade respiratória e menores danos neurológicos que os habitantes do nível do mar quando expostos às zonas altas, o que os torna um povo ideal para a vida na montanha. Muito se pode aprender estudando o povo sherpa e suas adaptações à hipóxia das montanhas. Principalmente sobre estresse oxidativo, o mecanismo por trás de processos biológicos tão importantes como as defesas imunes e de patologias como diabetes e mal de Alzheimer, entre outras.

Os sherpas são considerados hoje um grupo étnico do Nepal, dos extremamente adaptados à altitude e com fenótipo de melhor eficiência neuro-cardio-respiratória sob hipóxia - e são super-atletas quando expostos às condições normais de oxigênio. Seria essa característica suficiente para determiná-los como uma nova raça e não apenas como um grupo étnico? Acho que essa distinção, diferente de ser discriminatória, deveria ser encarada como um fato positivo, pois é exatamente a existência de um maior
pool de diversidade biológica humana, em geografias distintas, o fator que permite a evolução natural humana.

Entretanto, uma característica quando existente em apenas um grupo, embora valiosa para um determinado ambiente, não fornece amplitude adaptativa suficiente. De repente, os sherpas são mais suscetíveis a uma doença que a gente não é - ou vice-versa. E é nesse ponto que o trabalho publicado pelo Sérgio Pena - e muito claramente comentado pela Maria
aqui - se torna super-interessante: fala em apenas 3 raças gerais formadoras da espécie humana, analisando-se pelas características do DNA mitocondrial de diferentes grupos. Pena recentemente mapeou de forma muito elegante o povo brasileiro, concluindo que não faz sentido algum falarmos em raças no país, que é geneticamente uma mistureba só.

Ponto para nós na miscigenação e na assimilação dessa em nossos genes, que terminam nos dando maior amplitude adaptativa. Mas estaremos nós preparados para viver nas montanhas como os sherpas? Eu aposto que não.


Há claramente uma diferença pelo menos a nível populacional - mais extensamente, eu gostaria de chamar essa diferença de
racial, mas sem contexto algum sócio-histórico, e sim puramente biológico.

Leia aqui, o post inteiro.

Recentemente voltou a se discutir a classificação de raças no Brasil, principalmente por causa da questão de cotas raciais em universidades, empresas e concursos.

As definição por biotipos se mostram mais coerentes em vez de definições baseadas em culturas, cores, regiões geográficas ou outras terminações, demonstrando que há uma evolução ou adaptação do ser humano as mais diferentes dificuldades enfrentadas depois de sua criação.

E aí, já descobriu de raça você é
?

Mais sobre o trabalho dos Sherpas, aqui.

As montanhas e o Oxigênio, uma relação nem sempre muito feliz

Cena 1

Numa tarde ensolarada, você está lendo uma revista que descreve as dificuldades que certo montanhista teve para preparar sua escalada rumo ao cume do Everest. Ele descreve como entrou em contato com uma empresa específica em colocar clientes no cume do Everest ao preço de $40.000 por pessoa, os preparativos físicos e logístico, a longa caminhada de aproximação, as dificuldades dos sherpas em instalar as cordas no primeiro dia da temporada, o cansaço, a quantidade de pessoas escalando ao mesmo tempo e finalmente sua foto no cume. Uma foto que mostra o escalador cheio de roupas e com uma bandeirinha de seu país, mas uma coisa te chama atenção. Esse montanhista está com um tubo no rosto e você fica sabendo que é oxigênio.



Cena 2

Um tempo depois você lê outra reportagem sobre escalada no Everest, mas dessa vez é a história de um casal de Brasileiros que tentam pela oitava vez, fazer o cume, sem ajuda de sherpas e de agências, sem patrocínios, dividindo a permissão com outras agências para terem o direito de estarem escalando nessa temporada e com uma logística toda montada por eles, e somente para eles.

As fotos são parecidas, porém sem o tal tubo de oxigênio.

Imaginou a cena? Agora, o que diferencia os dois personagens?


Parece sutil, mas temos aqui dois representantes totalmente diferentes dos amantes da alta montanha. O primeiro é o típico turista-montanhista que busca o cume a todo custo, de uma maneira "segura" e, independente dos custos e da metodologia o que ele quer é estar lá.

O segundo representa a vertente mais clássica dos montanhistas, onde a relação com a montanha deve ser justa e equivalente, e todo beneficio ou melhora artificial não é aceito.

Baseado nessa opinião, em 2007 a UIAA (União Internacional das Associações de Alpinismo) publicou uma nota dizendo que qualquer escalada com o uso de oxigênio passa a ser considerada dopping, conseqüentemente sem valor.

Em uma recente entrevista para a Desnivel Espanhola, Messner falou um pouco sobre a polêmica do uso de Oxigênio em escaladas de grandes altitudes, principalmente no Everest. Por uns considerado dopping e por outros considerado uma medida de segurança necessária contra a D.A.M. (Doença de Alta Montanha), causada pela falta de oxigênio no sangue e a baixa pressão atmosférica.

Os montanhistas que vão para esta montanha são de várias partes do mundo, todos com uma visão ética baseada em sua cultura e um biotipo baseado na cultura alimentar de seu país, o que gera uma discussão de valores totalmente globalizada com todas as interferências culturais de cada povo.

O que estamos discutindo na verdade não é uma proibição de escalar com ou sem o oxigênio, ainda mais porque seria impossível fiscalizar uma conquista feita com oxigênio e outra sem, assim como uma conquista feita com a ajuda de sherpas e toda uma estrutura e outra feita pelo método clássico.

Uma vez um mergulhador me explicou porque era proibido pescar com cilindros. Sabem por quê? Porque é injusto para com o peixe, já que você está com o arpão e o oxigênio, que chance teria o peixe!?

Assim é com a montanha, que chance tem ela se todos forem super preparados com equipamentos artificiais e toda logística montada pelo povo mais adaptado as grandes altitudes?

Segundo o site Everestnews.com, dos mais de 600 montanhistas que fizeram o cume nessa temporada, apenas dois fizeram sem oxigênio.

Parabéns ao Paulo e Helena Coelho, por mais essa tentativa!!!

Outros vídeos do Paulo e Helena no Everest 2007, aqui