Quem visitou a Adventure Fair 2007 e viu os números relacionados aos negócios feitos na feira, algo em torno de R$ 93 milhôes, pode ficar impressionado com o tamanho do mercado de aventura no Brasil (o maior da América Latina), mas esses números não são totalmente reais.
O que acontece é que a feira coloca em um mesmo “caldeirão” todas as modalidades de “aventura”, sejam elas: Bike, Automóveis, Off Road, Motos, Eventos, Corridas de Aventura, Eco-turismo, Esportes Aquáticos e Aéreos, dentre outros.
Mas, em uma análise detalhada vemos que são atividades totalmente distintas uma das outras, com praticantes, consumidores e valores próprios pra cada modalidade.
Acredito que você nunca tenha visto um paraglaider em uma loja de montanhismo, nem uma sapatilha de escalada em uma loja para esportes naúticos e muito menos uma mochila em uma concessionária de automóveis.
Analisando dessa forma, vemos que o mercado de montanhismo se restringe a uma meia dúzia de lojas, fabricantes e importadores, deixando bem claro que ainda estamos muito longe do que poderia ser o mercado de aventura no Brasil.
Os fornecedores:
Responda rápido. Quantas marcas de equipamentos nacionais você conhece? Poucas não são?
O Mercado Brasileiro ainda é composto de algumas poucas indústrias e importadores, isso acontece principalmente por 4 motivos:
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Baixo volume de vendas, se comparado a outros mercados.
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Alta carga tributária na importação ou na produção nacional.
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Falta de praticantes.
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Mercado muito recente e carente de profissionais.
O que não significa que não seja um bom mercado para se investir ou ganhar dinheiro, afinal tem gente por aí com mais de 15 anos de mercado e empresas muito bem estruturadas, com departamentos de marketing, desenvolvimento, comerciais e altos investimentos em feiras, ações de marketing e administrativo.
Quanto as lojas.
Podemos dividir as lojas em dois grupos principais:
· Lojas criadas por montanhistas, tentando aliar negócios com qualidade de vida.
· Lojas puramente comerciais, sem muitas ações ligadas ao montanhismo, a exemplo de lojas de shopping, mult sports ou mult marcas, lojas de pesca e lojas virtuais.
E com uma peculiaridade muito interessante:
Lojas criadas por montanhistas tendem a ter proprietários e vendedores extremamente apaixonados pelos produtos que vendem e o mercado em si, algo muito raro em outros ramos, como no segmento do surf, por exemplo.
E não é difícil encontrar bons amigos e “de quebra” boas dicas sobre caminhadas e escaladas nessas lojas, mas nem sempre elas possuem o melhor preço.
O principal. Os clientes.
Pode parecer mentira, mas os principais clientes de uma loja não são montanhistas e escaladores, e sim os simpatizantes dessas modalidades.
São pessoas que querem presentear outras, gente que gosta do estilo “Outdoor”, entusiastas de pequenas caminhadas, mochileiros, caminhantes do tipo do “Caminho de Santiago” e praticantes de atividades ditas "radicais".
Com base nesses critérios e na experiência de seus proprietários que se trabalha a identidade da loja, o treinamento dos vendedores, preços, layout interno e mix de produtos.
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