Cinco dicas para você que está aprendendo a comer sushi ou começando a escalar
Você deve estar se perguntando qual a relação entre o sushi e a escalada. Nada!! É isso mesmo, nadinha de nada, mas como estamos acostumados a definir regras de "etiquetas" para quase tudo, resolvi montar cinco dicas das coisas que mais gosto. Escalar e depois comer sushi.
Não que eu seja um “expert” em alguma das duas atividades, mas para mim, mandar um 7º, a vista, em rocha, é tão bom e tão difícil quanto fazer um sushi bem redondinho e fresquinho.
Reuni cinco dicas escritas pelo Sérgio Neville Holzmann em seu recém lançado livro “Sushi: Sabor Milenar”, que aliada as outras cinco que todo escalador pratica, ensina, incentiva (ou deveria fazê-los) fará com que você tenha um dia de escalada ao estilo oriental.
Com elas, você vai entender o porquê de algumas coisas e, de preferência, vai usá-las da forma correta.
Se não usá-las de imediato, é sempre bom saber o motivo de alguns costumes ou ética, que como define Marilena Chauí: “Ética, é a educação da vontade através da razão", Assim, educando nossa vontade teremos razão em nossos atos e sem ofender o vizinho do nosso lado.
Na escalada esportiva:
- Evite pisar na corda que está no chão, isso porque pequenos cristais de areia podem entrar na corda e aumentar um processo de ruptura das fibras internas. A corda para montanhista é quase sagrada, é um elo de vida entre o guia e o segurança, por isso o cuidado até excessivo é sinal de respeito.
- A pessoa que está dando segurança ao guia, não deve ser incomodada, pois sua atenção está totalmente voltada a segurança do escalador. Eu iria até um pouco mais, se tiver que conversar com o cara que está do outro lado da pedra, não grite, vá até lá.
- Vai levar lanches, refrigerantes, água em garrafas. Traga tudo de volta em saquinho de lixo, até aquele esparadrapo* que você nem imagina como ele chegou até aquele ponto tão inacessível.
- Não se esqueça que você deve estar em uma propriedade particular ou mesmo em algum lugar de sítios e pequenas fazendas. Respeite a propriedade (cercas, casas, vegetações e animais) e compreenda a curiosidade e a vida simples das pessoas da região.
- Acima de tudo, veja pelo lado positivo o calor e os insetos, a falta de banheiro e o meio ambiente a sua volta e sim, faça parte dele, sem degradá-lo mais.
No Sushi
- Em qualquer pausa durante a refeição, deposita-se o hashi em paralelo ao balcão, no suporte apropriado (oki), jamais apontando para o itamae-san: é agressivo! Se não houver oki, pode-se usar o próprio invólucro de papel, dobrado. Há quem faça as dobraduras tão bem que os invólucros improvisados como suporte resultam em belos origamis.
- Nunca 'afie' os pauzinhos, um contra o outro: fazer isso significa insinuar ao itamae-san que os hashi da casa são de qualidade inferior.
- Ter o próprio hashi, todo decorado e dentro de uma caixinha, guardado no sushi-ya predileto é um estranho costume brasileiro, provavelmente introduzido para fidelizar clientes, mas sem qualquer vínculo com a tradição japonesa. Além disso, que eu saiba, ninguém guarda seu próprio garfo e sua faca na churrascaria preferida...
- Nunca use o próprio hashi para servir os outros. Se houver prato, estenda-o para a outra pessoa; se não houver, use as pontas superiores do hashi para colocar a peça no balcão. Jamais a passe diretamente para o hashi do companheiro.
- Gesticular com o hashi nas mãos é deselegante _tanto quanto fazer isso com o garfo e a faca.
Dito isso, agora e só marcar com os amigos um dia de escalada e depois um bom sushi ou sashimi na casa de algum deles, para relembrar das peripécias do dia.
* Escaladores, costumam machucar as mãos escalando, por isso sempre estão com esparadrapos nos dedos, mas de vez em quando eles caem no chão.