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O Cordada Infinita é um blog com artigos sobre Escalada, Equipamentos e Notícias relacionadas ao Montanhismo. Nasceu de uma idéia simples: Escrever, Comunicar e Divulgar fatos e opiniões sobre o mundo da montanha. É mantido por Levi Rodrigues desde maio de 2007. Se você tem alguma sugestão sobre um artigo, participe enviando sua pergunta ou opinião sobre os assuntos postados.

Alerta!...

O montanhismo é uma atividade de risco moderado quando praticada de acordo com as normas de segurança. Ao utilizar as informações contidas nesse blog, é necessário experiência e cautela na utilização de equipamentos, técnicas, conceitos e informações sobre as atividades. Lembre se: Acidentes não acontecem. São causados aos poucos

Porque desafiar a vida?

Em uma ponte de 30m, com uma queda livre de 12m e um peso de aproximadamente 110 Kg, com duas cordas, sendo uma Beal e outra Edelweiss de 10,5 mm. Quantas quedas aguentariam essas cordas?

Essa pergunta foi enviada por um leitor, ao técnico da Desnível, Kike Fernandez e retrata uma prática conhecida no Brasil como “Hope Jump”, prática que era comum no viaduto da Av. Dr. Arnaldo até meados de 2005, quando foi proibida toda e qualquer atividade com cordas no viaduto.

Fernandez, ressalta que uma corda dinâmica de escalada é desenvolvida e testada para suportar até 5 quedas em fatores* próximo ao 2 (testado em laboratório com 1,77 e 80kg), durante a queda a massa corporal de uma pessoa varia de 300 a 750 decanewtons (um daN equivale a quase um Kilograma-força) o que se entende ser o máximo que o corpo humano suporta com segurança.

A questão é – Porque desafiar os conceitos de segurança? Porque desafiar a vida? Essas são perguntas que talvez nem tenham uma resposta.

Dan Osman, se confrontado com a realidade de sua vindoura morte, dada as suas praticas de “Hope Jump”, deixaria de praticá-las? Acredito que não.

O que se entende, é que cada um tem suas verdades e seus motivos para estar na montanha e deve saber qual o nível de segurança favorável a si próprio.

A falta desses critérios levam a conclusões e conhecimentos superficiais sobre os princípios básicos de segurança e talvez por esse motivo, pensamentos como “radicais” e “perigosas” são comuns na impressa e no linguajar das pessoas** quando relacionado as atividades de aventura, fato que talvez deva motivar adolescentes/jovens a experimentar e desafiar novos limites sem a devida noção de segurança e de respeito a vida.

Penso que o bom senso já seria um bom mediador em situações como essas, o próprio Fernandez, aconselhou o jovem a evitar esse tipo de atividade, a não ser que possua conhecimentos técnicos mais próprios de um engenheiro do que de um esportista.

Não se basear nos conhecimentos adquiridos pela internet, dado a complexidade envolvida no processo e no potencial risco de morte e não desafiar a vida, já teria sido uma ótima resposta.

* Fator de Queda é um conceito utilizado para definir as consequencias de uma queda em equipamentos ou mesmo a probabilidade de ruptura da corda. O conceito diz: Em uma queda, a quantidade de corda que absorve o impacto deve ser igual ou maior do que a quantidade de corda ativa (corda ligada ao escalador)

** Prefiro pensar que atividades ligadas ao meio ambiente vão muito além da noção de radicalidade, como é exposta, idéia que remete há uma sensação momentânea, adrenalina e superficial e não como um modo viver, uma filosofia de como interagir com outras pessoas e com o meio ambiente.


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